quinta-feira, 26 de novembro de 2020

A MONUMENTAL ARROGÂNCIA DE NÃO CONSULTAR O POVO (OU: O culpado não é o artista, é o arteiro soberbo)

 Carta aberta a quatro distintos destinatários

Ao cidadão Irineu Migliori:

Não o sei pessoalmente, mas entendo dos sentimentos próprios de um artista.

Ao terminar um novo trabalho, é como se parisse um filho com um tanto de suor, lágrimas, arranhões e palavrões, seus... Tudo para dar, à obra de arte, a leitura desejada pelo cliente comprador. Esse faz o menor dos esforços: paga para ter o capricho de possuir uma obra de arte.

Há a necessidade de o respeitarmos pelo contexto de seu trabalho com o “João do Pulo”, mas, com a sinceridade de nossa formação, temos certeza de ser-lhe possível fazer melhor.

Entendo a obra ter sido aprovada pelo cliente. Para isso, não importou, ao prefeito cliente, a fidelidade do hiper-realismo. Simplesmente por ter sido uma obra oferecida graciosamente ao município. (Em termos, pois alguém desembolsou, no mínimo, R$ 40 mil, sem contarmos toda a mão de obra para o transporte e instalação).

Não se preocupe. O público tem o direito de criticar, seu trabalho está pago e o cliente arrouba-se em dizer ter oferecido algo novo para a cidade.

Tenho certeza: se o cliente não houvesse gostado, o senhor buscaria fazer melhor. Em seu nome, também apresento meus respeitos ao autor da obra destruída.

João do Pulo, entretanto, não ficaria satisfeito com a pretensão política dessa escultura...

Ao prefeito Isael Domingues:

Você vai colocar uma placa com a inscrição de seu nome naquele local. Todos lembrarão a nem tanto pensada intenção de remover uma obra de arte, afrontando a História de Pindamonhangaba, violentando o currículo do artista autor da estrutura metálica, para substituí-la por outra obra de arte, já referida e respeitada acima.

Peça a todos os repórteres fotográficos documentarem essa placa. Mande fazer uma foto ampliada e guarde em seus pertences. Servirá como motivo para refletir sobre como não fazer promoção pessoal, patrocinada por terceiros, e expor respeitados artistas plásticos. Tanto o preterido (Lizar Artista Plástico) como o de agora, Irineu Migliori.

Já lhe tocou o íntimo a situação emocional de um e de outro artista? O primeiro teve um trabalho destruído e seu currículo desqualificado. O atual, por conta da incompetência de quem aprovou a obra, alvo das críticas de um bom tanto de munícipes insatisfeitos. Justo isso?

A arrogância, a soberba, o ego massageado pela insensatez demonstram, em nem tanto subjetivo discurso, o pouco amor e respeito dedicados à nossa cidade e ao nosso povo. Apesar dos corações espalhados por aí...

Bata no peito e diga: “Mea culpa, mea culpa, mea culpa...”. (repita isso até mesmo diante da família, a qual deve ser motivo de chacotas, desde o “Wolverine” também doado com o apelido de “Portal da Cidade”).

(Mesmo porque nenhum puxa-saco vai assumir essa coisa).

Ao respeitável público:

Aí está...

Uma cara lavada, da atual Administração, insistindo em ser a bola da vez, de modo tão acintosamente impróprio.

Não houve audiência pública, para apresentação da proposta de mudança do monumento.

Mesmo em se tratando de doação, não mexendo nos cofres públicos, o presenteado (povo pindamonhangabense) teria o direito de aceitar ou não. Ou, no mínimo, escolher. Presentes, quando não nos servem, podem ser trocados. Temos até um Código a garantir isso.

Descaracterizaram um cenário consagrado em diversos momentos, desrespeitaram um já patrimônio da cidade. Sem chances de o pacato povo reagir.

Certamente os Conselhos Municipais de Cultura, Patrimônio Histórico e Turismo nem chegaram a ver o rascunho da ideia em se ter uma ideia de como ter uma ideia de tirar um atrativo e já ponto de referência, para apenas exercitar a soberba política.

Não há respeito aos Conselhos Municipais. Pelo menos sinto isso por frequentar as reuniões do COMTUR – Conselho Municipal de Turismo o qual, há bom tempo, parece ser obrigado a se render aos desejos do Departamento de Turismo.

Já passou da hora de a verdadeira Sociedade Civil de Pindamonhangaba se fazer ouvir e respeitar, por meio dos Conselhos. Deliberem senhores conselheiros, e não apenas acatem as decisões da Administração Municipal. A não ser existir, realmente, algum interesse pessoal de cada um deixar ficar como está...

Aos colegas da imprensa:

Sejam merecedores do crédito popular.

É o povo quem paga e consome suas verdades, por recolher impostos municipais.

Vale darem valor ao seu nome próprio e não apenas aos releases da Administração.

Não há dinheiro que pague a Imprensa autenticamente justa e ímpar.

Assino, sim. E quem quiser, fique à vontade para assinar.

Marcos Ivan de Carvalho

Jornalista independente MTb36001/SP

Apaixonado pela mãe adotiva Pindamonhangaba.

 

terça-feira, 17 de novembro de 2020

CARTA ABERTA AO PREFEITO REELEITO DE PINDAMONHANGABA

 

 Isael Domingues:


Em sua fala à imprensa, especialmente convidada para uma coletiva no auditório da Prefeitura, você iniciou a conversa de um modo até certo ponto merecedor de reflexão um pouco mais profunda...

 

“Quero deixar um agradecimento especial à minha família...”. Houve uma breve pausa e, sinceramente, imaginei ser para destacar uma citação específica à primeira dama. Lógica, e naturalmente, essa personalidade deveria receber uma fala distinta ao contexto familiar, pelo simples fato de lhe servir como fiel conselheira, travesseiro emocional e mão estendida em tempos de se reconfortar. Afinal, como sempre os vencedores afirmam, a mulher amada merece ser agraciada publicamente...

O discurso, em termos de família, foi meramente genérico...

 

Em contraponto, houve a preocupação sua em citar o tempo integral de parceria com seu secretariado e equipes: três anos, 10 meses e 16 dias, considerando-os verdadeiros heróis.

 

Prosseguiu sua fala valorizando, tão somente, os seus comissionados importados e abertamente não considerando os valores tantos disponíveis na cidade a qual governa. Disse ser importante a capacidade de dar respostas à população. Respostas como o desastre pela perda de milhares de exames de laboratório e o providencial, até agora, engavetamento da respectiva CEI, com a devida acolhida, em seu grupo de escudeiros, do relator desta mesma Comissão do Legislativo?

 

Continuando: infeliz a sua citação do sagrado nome de Deus, para justificar seus comissionados e suas próprias ações: “Quem fala isso é Deus”, você destacou ao elogiar a equipe de trabalho. Aliás, não é a primeira citação indevida do sagrado nome de Deus. Você mesmo se investiu do direito de afirmar ter sido escolhido, pelo Criador, para prefeito, quando da primeira vez. Faltam-lhe humildade e verdadeira fé. Transbordam arrogância, oportunismo, sede de poder e soberba. Tripudia sobre quem ousa contestá-lo.

 

Noutro trecho da fala, afirmou a “maneira inteligente” de usar a iniciativa privada, fazendo-a sacudir o bolso, para estar dentro da prefeitura. Enquanto isso, o cidadão comum continua ralando e suando para honrar com as obrigações fiscais, sustentando uma folha de pagamento a ponto de estourar, de tão inflada. Aceitar doações, caro prefeito reeleito, é uma forma de disfarçar o famoso “podem passar a sacolinha”... 

 

Com essas doações, o município fica menos rico de patrimônios consolidados (leia-se áreas de interesse comercial/industrial), enquanto a cenografia impera para fazer o povo acreditar estarem as coisas caminhando para um futuro melhor. De qual maneira, se o presente dói na carne dos doentes, dos desempregados, dos pequenos empreendedores, enquanto os bolsos e contas bancárias dos comissionados soam em valor monetário dos respingos de lágrimas e suor e lamentações de quem trabalha para sustentar seu glorioso time de estrangeiros comissionados.

 

Depois, anunciou, mesmo com dificuldade em respirar em alguns momentos, a morte da Câmara com mentalidade antiga e ultrapassada, falando dos “votos de cabresto” até então praticados e, salvo prova em contrário, favoráveis à sua atual gestão. Veja-se, por exemplo, o emocionante desempate estabelecido quando da CEI da revisão de cargos. O então presidente só faltou virar cambalhotas ao ser o protagonista do desempate em seu favor...

A maior parte dos vereadores esteve ao seu lado, aprovando até mesmo sem discutir. Agora não lhe servem mais... Bem feito para eles, supostos representantes do povo.

 

Você disse sobre tratar os cidadãos com respeito, mas parece isso acontecer, somente quando do seu interesse, não por merecimento de todos os seres humanos terem respeito, independentemente da situação.

 

Dirigindo-se aos profissionais da Imprensa, presentes ao evento, anunciou um orçamento melhor, comparando com o disponível no início do seu primeiro mandato. Você falou em ter acontecido o final da era do “cabresto”, e, depois vem acenando com melhores pagas à Imprensa. Simplesmente insinuou seu desejo de a mesma só noticiar ou publicar aquilo definido como de seu interesse administrativo. Não abre a mínima possibilidade de crítica ou noticiário capaz de lhe causar algum tipo de incômodo.

 

Por outro lado, promete um orçamento melhor para a mídia, mas, salvo eu estar completamente enganado, carece – ainda – de um processo licitatório para contratação de uma agência prestadora de serviços publicitários institucionais. A essa agência compete contratar, ou não, os veículos de comunicação. Naturalmente, a empresa vencedora do certame terá seu ganho regulamentar para gerir os investimentos. Claro está, entretanto, a escolha ficar a cargo do seu departamento de Comunicação.

 

Aliás, aqui nos permitimos um breve comentário: você criticava tanto seu principal adversário, nos anos anteriores e até na campanha passada, mas arregimentou, há bom tempo, a maioria do time adversário. Acredito vir esse time a coordenar toda a sua comunicação nos próximos tempos. Criticava e agora lhe serve ou é algo inexplicável?

 

Quanto aos anunciados, também, representantes da cidade nas esferas estadual e federal, você acena com o vice e o pároco parceiros? Teriam, estes, tanto a merecer dos cidadãos locais? Fala em ser preciso a cidade se educar para isso vir a acontecer...

 

E a Educação dos nossos herdeiros, tão arrebentada e mal conduzida nessa sua gestão? Os mestres merecem mais atenção, para terem como ensinar a garotada. Valorizar o efetivo é dar condições de nossa cidade se inserir com altos ganhos de conhecimento num tempo de mais conforto e qualidade de vida. Você deseja isso, negociando cargos com estrangeiros?

 

Cadê o valor atribuído necessário aos eleitores daqui? Estrangeiros comissionados não votam... E se fossem realmente bons, não teriam chance em suas cidades de origem? Creio serem moedas de troca, muito caras e nem tanto eficientes...

 

Na conversa com os jornalistas, esqueceu-se de manifestar sua sincera gratidão a Deus. Nunca é demais agradecer ao Pai. Aí, mais uma vez, transpareceu sua pretensão em se impor escolhido sem precisar agradecer...

 

Dica número um: cuidado em não bater no peito à toa. “Nada é definitivo enquanto não termina” (frase autoral, caso ninguém a reivindique).

 

Dica número dois: você tem um tempo todo para ser melhor, caso seja declarado inocente das representações contra sua gestão.

 

Dica número três: dê, à Imprensa, seu devido valor e não, apenas, a considere sob seu comando. O direito de expressão ainda é concedido aos cidadãos brasileiros. Não compre testemunhos, seja motivo de elogios desinteressados e desatrelados das verbas institucionais.

 

Dica número quatro: aprenda a ler, nos olhares dos Servidores Públicos, o grau de satisfação quanto ao tratamento administrativo a eles atribuído. Servidores Públicos são como cozinheiro e garçom: deles depende o sucesso do bom prato e a satisfação do consumidor.

 

Dica número cinco: desça do tijolinho, use estar à altura do povo, para se merecer gestor desse povo. Use pronunciar o nome inteiro da cidade, até para merecer ter expressado tanto amor a ela em diversos letreiros com coração...

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Sexta e última: se você acredita ter vencido “de lavada”, de repente o povo decidiu LAVAR AS MÃOS e deixar você sozinho resolver o pepino ou o abacaxi criado por seu time de especialistas e agora tenta se justificar. Não misture alhos com bugalhos, pois a ponte é alta e as águas muitas devem passar sob ela, ainda.

 

Em tempo: não pretendo, com isso, nenhuma consideração (ou deferência) em termos de possíveis contratos publicitários, como já declarado em outra oportunidade. Minha opinião precisa ser livre e não patrocinada.

 

Essa é minha carta aberta a você e me permito conceder licença a tantos quantos desejarem apor sua assinatura sob a minha. O trato como pessoa comum, por não considerá-lo excelente para a totalidade.

 

 

Ah, talvez não acredite, mas, em nossas orações você está, com o devido respeito a Deus, pois nos compete orar indistintamente por amigos ou adversários.

 

Assino, sim.

Marcos Ivan de Carvalho

Jornalista Independente, MTb 3600/SP

Pindamonhangaba é minha querida terra adotiva.

 

 

 

 

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Carta aberta aos novos vereadores eleitos em Pindamonhangaba, brevemente empregado$ do povo.

 Prezados senhores:

A partir de 01 de janeiro vindouro, pelas falas durante campanha, os senhores – pelo menos os novatos – assumiram o compromisso de darem, na Casa de Leis, vez e voz ao povo, servindo-se de sua dignidade e cidadania, honrando os votos os quais os levariam, como aconteceu, a uma das cadeiras do Legislativo.

Assim, nos permitimos dirigir nossa proposta de reflexão, inicialmente aos novatos:

Das pautas de campanha, muito das narrativas constantes, se não todas, dependem da coerência e do verdadeiro exercício da representação aos senhores, agora, atribuída pelos cidadãos tantos os quais, com o desejo de verdadeiras mudanças, confirmaram a crença em seus discursos.

Essas mesmas narrativas de campanha precisam, efetivamente, ter o respeito e a visão discernida do Executivo o qual, por competência, tem a obrigação de incorporá-las enquanto ações para a melhor qualidade de vida com Saúde, Segurança, Habitação, Transporte, Emprego e Renda. Não apenas serem discursos avalistas de permutas inconsequentes, enormemente absurdas e nada resultantes aos esteios do anseio da população.

Antes de se preocuparem em apresentar projetos de homenagear pessoas, denominar ruas, indicar serviços municipais, leiam e se inteirem da Lei Orgânica e do Regimento Interno da Câmara de Vereadores. Entendam serem, também, prestadores de serviços remunerados a toda uma cidade, não somente aos seus eleitores.

Tradicionalmente terão assessores, custeados pelo dinheiro público. Não os tenham, apenas e tão somente, como pingentes decorativos em seus gabinetes. Incutam, neles, a necessidade de trabalhar como, por exemplo, canalizando os reclamos do povo aos setores competentes da municipalidade, minimizando as pautas orais ou, até mesmo, escritas de cada sessão do Legislativo. O verdadeiro currículo de um representante do povo está no atendimento e não na fuga da responsabilidade. O povo não pode esperar mais por soluções viáveis e que não custam o bolso de cada vereador.

Fiscalizem o Executivo, não se acomodem em conversas de bastidores, em acenos de simpatia, em possíveis insinuações para “tirarem o pé do acelerador”. Para isso, importante é saberem da Lei Orgânica e do Regimento Interno. Por esses instrumentos, inclusive, podem reduzir o próprio valor de seus ganhos, economizando para investimentos voltados à comunidade.

Todo e qualquer recurso aos senhores disponibilizado, como: meios de comunicação, tecnologia da informação, salas, mesas, sanitários, água, café, biscoitinhos e tudo o mais lhes são cortesia... Patrocinados pelo cidadão anônimo o qual, talvez, nem saibam ter merecido dele seu voto...

Quebrem o ranço do passado, limpem os acessos à Casa de Leis, reabram portas e galerias, reúnam-se mais vezes por mês, facilitem a vida de todos. Sejam Honestos e Trabalhadores.

Afinal, esse selo de qualidade todos os senhores buscaram ostentar durante a campanha. Não pode se desbotar ou desaparecer agora.

Aos reeleitos:

Vocês têm a grande chance de fazer parte de um time de pessoas de respeito e merecerem, efetivamente, serem tratados pelo tradicional “nobre vereador”. Saiam do casulo, invistam-se na verdadeira fala de trabalhar pelo povo, não por conta do sustento advindo do suor do povo.

Terão, mesmo em se considerando a possibilidade de estarem sob igual ideologia política dos novatos, adversários ávidos de serem – comprovadamente – bons e melhores do que os senhores. Vocês, antigos (nos permitam o adjetivo) já não desfrutam da prerrogativa de serem virgens em legislar. Mas podem ser os primeiros a perder totalmente a credibilidade já bastante abalada pelos procedimentos e posturas recentes os quais, notadamente, passaram o rodo na maioria de seus até então companheiros de jornada. O povo já não dorme de touca...

Respeito é tudo e o povo tem sofrido com falta dele.

Depois escrevo carta ao prefeito, haja vista ele estar se sentindo no topo do pedestal, ainda inacabado...

É a minha Carta Aberta, disponível para quem desejar assinar junto.

Marcos Ivan de Carvalho.

Jornalista profissional independente, MTb36001

Apaixonado pela mãe adotiva Pindamonhangaba.

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

RECADO ABERTO A RESPEITO DO AERÓDROMO DE PINDAMONHANGABA (Uma breve explicação, de boa intenção)

 Pessoas todas de nossa querida Pindamonhangaba:

Já ouviram dizer a respeito de um terrível medo de perder a "boca rica" quando se ganha muito, pouco se produz e não se justifica o uso sensato do dinheiro público?

Sim, uso sensato do dinheiro público. Naturalmente, muitos gestores municipais correm para montar seu time de "confiança", buscam comprar a fidelidade, a peso de muito dinheiro do suor do povo.

Na verdade, poucas vezes se faz necessário pagar absurdos para ter pessoas de confiança ao seu lado. Basta, tão somente, valorizar e contemplar os servidores de carreira, os quais - na maior parte das vezes - preparam tudo para o "confiança" do prefeito assinar. 

Esse começo serve para ilustrarmos como, na maior parte das vezes, os de "confiança" vendem até a sombra da alma para ostentarem poder aquisitivo suportado pelo povo.

Circula pelas redes sociais a postagem de um comissionado da atual gestão de Pindamonhangaba, abordando assunto do Aeródromo de Pindamonhangaba, com a afirmação de o gestor anterior ter fechado tal equipamento para pousos e decolagens.

O fato é que, num dos primeiros momentos de sua gestão, o desastrado atual prefeito se aproveitou da oportunidade, juntou alguns praticantes ou entusiastas da arte da navegação aérea, rumou para Brasília e firmou um convênio. 

Por meio desse convênio, a Prefeitura de Pindamonhangaba passou a ser responsável pelos destinos do Aeródromo (o antigo campo de aviação do Haras Paulista). Nada mais do que isso.

Trouxe, o Executivo, para sua mesa, o poder de decidir quando e como negociar os destinos do Aeródromo de Pindamonhangaba, um dos dois aqui existentes. O outro, da Fazenda Santa Helena, é privado, mas comporta - inclusive - operações noturnas.

O prefeito, com o jeitão de querer trocar "tampinhas de garrafas", oferecidas pelos interessados, pensa - imagino eu - dar, ao Aeródromo, o mesmo destino  o qual já absorveu alguns espaços locais. Do tipo: "você me dá uma bala caramelo, eu te dou um pacote inteiro de outras balas melhores e vou adoçando o povo com a balinha caramelo"... Engana descaradamente ao povo.

Agora, já com os pés no domingo de votação, nos vem esse comissionado despejando essa coisa de dizer que o prefeito anterior fechou o Aeródromo e o já fracassado prefeito atual quem o reabriu.

Ele quer garantir a moeda de troca com uma narrativa boba, muito infantil e inconsistente...

Todos os aeródromos tiveram suas licenças, permissões e demais documentações atualizadas, para merecerem aval da ANAC - Agência Nacional de Aviação Civil. Qualquer prefeito teria feito isso, pois é exigência, não opção.

Na verdade, prefeito e comissionado "viajam" a bordo do desespero, a ponto de estarem nas nuvens da insensatez, haja vista a desconfortável condição de precisarem entregar, em 31 de dezembro, cadeiras, gabinetes e títulos aos seus sucessores, os quais auguramos sejam o verdadeiro resgate da dignidade de todos os pindamonhangabenses.

Desta maneira, pisando na garganta do povo e semeando mentiras a granel, esses atuais "responsáveis" pela cidade que vão cantar em outra freguesia, já que se apadrinharam de um nem tanto respeitável religioso, muito mais fiel às manobras de querer levar vantagens em vez de respeitar os preceitos sobre os quais supostamente se apoia.

Atentem para isso: O aeródromo não foi reaberto pelo atual prefeito. Ele simplesmente, há bom tempo, buscou ter como continuar negociando oportunidades de se aparentar ao lado do povo.

Não fez muita coisa pelo equipamento, simplesmente trazendo sob sua palavra, muitos idealistas da aviação. Talvez, imaginando ter mais quatro anos para deitar e rolar. 

Na verdade, vai sentar e chorar...

Que saia voando do Palácio de Vidro. E isso o povo já tem decidido...

Assino, sim.

Marcos Ivan de Carvalho

Jornalista independente, MTb36001


segunda-feira, 2 de novembro de 2020

ELEIÇÕES: Quando os candidatos viajam no discurso sobre Turismo...

 

Carta aberta, em tempos de corrida eleitoral, com alguns comentários e puxões de orelha 


Saudações.

 

Há muito tempo já está comprovado, sem nenhum risco de errarmos: os verdadeiros bons e excelentes resultados em Turismo estão na integração e no protagonismo dos empresários da sociedade civil, responsáveis diretos pelo sucesso do desenvolvimento do município.

 

Não há como qualquer gestor municipal se dizer apto e disposto em promover ações capazes de se obter a consolidação do Turismo Receptivo como gerador de emprego e renda se não contar, efetiva e constantemente, com os proprietários de bares, restaurantes, meios de hospedagem, casas de espetáculos, agências de receptivo, equipamentos e projetos de se realizar imersões nas diversas vertentes do Turismo como: aventura, ecologia, ambiental, cultural, rural, religioso, negócios, educativo e demais do trade.

 

Nestes tempos de corrida para se alcançar a principal cadeira no palácio espelhado de Pindamonhangaba, vemos e ouvimos candidatos discorrendo suas propostas de ações voltadas ao Turismo. Não destacadamente o Receptivo, mas Turismo, haja vista algumas contradições manifestas as quais, não veladamente, contradizem a fala de um ou de outro candidato.

 

Na verdade, são falas com dois possíveis motivos: se desvencilhar logo do tema, sem complicar o resto da participação, ou deixar o adversário confuso, já que o tema é um tanto bom desconhecido da maioria dos concorrentes.

Do pouco visto e ouvido nos últimos “debates” fizemos um extrato para exemplificar como o tema é conhecido superficialmente pela maioria.

 

Comecemos por Deltônio Aires (PDC) – Firma todo seu discurso nas matrizes econômicas, as quais deverão reger o mandato ao qual concorre. Investe no Turismo como solução de muitas dificuldades, mas, não envolve o empresariado, trazendo para sua suposta mesa de trabalho as decisões todas, neste caso, no referente ao tema comentado. Acena com a necessária revisão do Plano Diretor de Turismo, mas não desenvolve nenhum parecer consistente a respeito. Peca num ponto importante.

 

Rafael Goffi (PSDB) levanta a bandeira do Turismo anunciando algum tipo de escola, rebusca falas para fortalecer o discurso, se apoia – até certo ponto acertadamente – na combinação Turismo + Cultura, haja vista serem “unha e carne”. Fala em verbas impositivas conquistadas para a cidade e acena com mais ações neste sentido. Mas não aponta nada de positivo, como medida inicial para o Turismo Receptivo. Como vereador, na atual legislatura, aprovou, junto com os demais vereadores, o projeto gerador da Lei 6.122/2018, sem tomar o menor conhecimento da redação e do texto retirado do modelo estabelecido pela Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo. Aliás, nenhum vereador leu o texto proposto, nem seus assessores, a Comissão de Turismo e o Jurídico da Edilidade. Assume o mesmo pecado de Deltônio.

 

Luís Rosas, por seu lado, também tece alinhavos a respeito, pinçando do passado – quando João Ribeiro foi gestor municipal – algumas ações para o Turismo se destacar. Confirma seus conhecimentos a respeito de alguns setores merecedores de atenção, enquanto atrativos turísticos. Segue um desenho de João Ribeiro, seu apoiador e ex-prefeito, quanto à necessidade de Turismo Receptivo e artesanato, principalmente. Repete a mesma falha dos dois anteriores.

 

Gustavo Tótaro (PMN) tem uma fala bem situada quanto ao necessário para se promover o Turismo Receptivo em Pindamonhangaba. Conhece a importância de se tomar uma decisão a qual venha, de imediato, tornar mais rasas as dificuldades quanto ao trade. Foca suas ações na recuperação de atrativos, como é o caso mais vergonhoso de nossa cidade a “pendenga” existente entre a Mitra Diocesana de Taubaté e Prefeitura de Pindamonhangaba quanto à solução adequada ao patrimônio tombado Igreja de São José, onde estão sepultos os restos mortais dos cidadãos locais os quais testemunharam o brado do príncipe Pedro I à margem do riacho do Ipiranga. O templo está se desmanchando e poderá vir a soterrar esses mesmos restos mortais. Estabelece alguma possibilidade de utilização da EFCJ – Estrada de Ferro Campos do Jordão para o fortalecimento do Turismo Receptivo. A EFCJ está passando por estudos para sua privatização.  Já foi conselheiro de Cultura, entende a importância dos Conselhos Municipais. Não foge ao esquecimento havido na fala dos demais.

 

Gabriel Cruz (PSOL) – Tem sua fala voltada à gestão pela população, preocupada em emprego, saúde e renda mas não se situa como defensor do Turismo. Logicamente, pelo próprio formato da política partidária. Mas nem por isso, e por não ter sido perguntado, demonstrou desconhecer ações necessárias no Turismo Receptivo.

 

Vito Ardito (PP) – Prefeito por quatro mandatos, tenta o quinto. Fala como verdadeiro turista, quando discursa sobre as viagens feitas ao exterior, na prospecção de investimentos para Pindamonhangaba, gerando emprego e renda. Bate no peito, dizendo ter trazido cinco hotéis para a cidade. Vantagem disso, segundo ele: os turistas podem passear em Campos do Jordão e Santo Antônio do Pinhal, vindo dormir em Pindamonhangaba... Demonstra mais ser um operador de turismo, programando onde, efetivamente, o turista vai investir seu dinheiro. Pindamonhangaba não precisa de hotéis para ser cidade dormitório. Os meios de hospedagem, alimentação, transportes e outros carecem ser vistos como recursos da cidade para o Turismo Receptivo existir e acontecer. Fala muito sobre o já feito pela cidade, perde tempo com isso e não acena como nenhum tipo de solução viável em curto prazo. Também se esquece e peca como os demais.

 

Isael Domingues (PL) – Não conhece sobre Turismo Receptivo, mantém um Departamento com subsecretaria e diretoria dirigidos por cargos comissionados. Deixa tudo na mão do citado departamento, se apoia em desenhos de fala sem nenhum conhecimento, raso que seja. Não admite contradições, foge de eventos onde percebe a possibilidade de ser “enquadrado” e ficar num “mato sem cachorro”. Bate no peito, ao lado de seu “Sancho Pança”, avisando sobre uma fictícia vitória “de lavada”. Ousam, ambos, a cometer a heresia de se afirmarem escolhidos por Deus, o qual está do seu lado. Turismo, para a atual gestão, é pintar a cidade, trocar tampinhas de garrafa com verdadeiros espaços de grande valia para empresas oportunistas. Do tipo, nos tempos dos álbuns de figurinhas, dar uma figurinha carimbada em troca de outra qualquer, sem completar a página e sem ganhar o prêmio. Troca, sem troco... Não conhece de Turismo, muito menos o Receptivo.

 

Pelas bandas da Câmara Municipal, a única atual vereadora esbanja egoísmo, afirmando ter – pretensiosamente – feito muito pelo Turismo da cidade. Daí, sobe a Mantiqueira e vai buscar o apoio de um empresário o qual “domina” o Pico do Itapeva. Um discurso rançoso, falso, altamente sem nenhuma lógica para o Receptivo. Assim como Campos do Jordão puxa a sardinha do Pico do Itapeva para si, a mocinha pretende usar esse atrativo como reforço de campanha. Bate o pé e afirma fazer tudo pelos artesãos. Mas não cuidou de ler a tal lei referida acima. Essa lei, no texto votado pelos vereadores, já foi reformada duas vezes e nós demos um verdadeiro empurrão para isso acontecer. A vereadora, aliás, é membro da Comissão Permanente de Educação, Cultura, Turismo e Esporte. No mínimo, deveria se orientar a respeito da obediência ao texto disponibilizado pela Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo. Não o fez, pois o texto dá poderes definidos ao COMTUR – Conselho Municipal de Turismo, como segue “Acompanhar, avaliar e fiscalizar a gestão de recursos constantes do Fundo Municipal de Turismo e dos recursos advindos da Lei Estadual complementar 1.261/2015, opinando sobre as prestações de contas, balancetes e demonstrativos econômicos financeiros referentes às respectivas movimentações”.

 

Alguns candidatos a vereador, de carona no trem da história, acenam com trabalho em prol do Turismo. Uma das ideias é legislar sobre o funcionamento dos bares com música ao vivo... Só isso não basta, apesar de a vida noturna ser essencial para um município o qual pretenda vir a ser um modelo de Receptivo em Turismo.

 

Qual pecado cometido?

Nenhuma citação, nos debates, à importância do COMTUR – Conselho Municipal de Turismo, composto por representantes da sociedade civil (com 2/3 dos integrantes) e da Administração Municipal (1/3). O COMTUR de Pindamonhangaba tem caminhado para se estruturar melhor, vencer desafios, consolidar sua proposta e suas responsabilidades. Não merece, e nem pode, ficar distante das ações pretendidas serem denominadas de turísticas. Mesmo porque, quando de relatórios aos órgãos estaduais ou federais, a assinatura do COMTUR é indispensável para a consecução ou justificação de repasses de verbas para o Turismo Receptivo.

Para fechar: qualquer candidato vencedor deverá rever, mesmo antes da posse, seus conceitos e conhecimentos sobre Turismo Receptivo, COMTUR e Política Pública. O COMTUR não pode ser moeda de troca e a sociedade civil precisa ter motivos para acreditar sobre sua importância de contribuir para a cidade ser, definitivamente, destino turístico.

 

Puxãozinho de orelha 1:

A sociedade civil não pode, por sua vez, acomodar suas expectativas sobre a mesa do gestor municipal, desde agora. Para não passar vergonha por não saber desfrutar dessa fonte de emprego e renda e dar chance para os oportunistas se adequarem aos interesses do gestor municipal.

 

Puxãozinho de orelha 2:

Como seria interessante e justo todos utilizarem PINDAMONHANGABA, em vez da reduzida denominação “PINDA”.

 

É a minha opinião.

 

Marcos Ivan de Carvalho

Jornalista Independente MTb36001

Gestor de Turismo

Publicitário

Radialista

Escritor.

Pindamonhangabense por adoção, direito e gratidão.